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Arquitetos: BCHO Partners
- Área: 1997 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Sergio Pirrone, Kim Yong Kwan
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Fabricantes: 12Lighting, CNO engineering
Descrição enviada pela equipe de projeto. O GIZI_Art Base é um projeto experimental concebido para acolher quatro diferentes programas: espaços comerciais, de escritórios, conjunto de unidades habitacionais multifamiliares e uma galeria de arte. Enquanto o espaço comercial do térreo exigia uma conexão física e visual com o espaço da rua, a galeria, por outro lado, solicitava um ambiente mais reservado e privativo, um lugar onde seus clientes pudessem observar as obras de arte tranquilamente. Os espaços para escritórios requeria um ambiente calmo e bem iluminado enquanto as unidades residenciais preferiam ser isoladas umas das outras. Para acomodar a natureza díspar e contrastante desses programas, eles foram empilhados e unificados através de um sistema de fachada único e integrado.
O conceito do projeto nasceu em uma conversa com Park Seo-bo, uma das figuras mais importantes do cenário artístico sul-coreano. Conhecido por suas pinturas sutis e meditativas, com consistência e rigor técnico, Seo-bo inspirou os arquitetos da BCHO Partners, os quais procuraram desenvolver uma abordagem similar, um um ponto de partida em busca de uma nova linguagem estética para a arquitetura do escritório. As pinturas de Seo-bo escondem uma complexidade monumental atrás de suas incontáveis e rigorosas camadas de tinta. A complexidade por trás de tal execução atrai o espectador e o provoca a observar a obra de perto, construindo uma nova forma de diálogo entre o artista e o público. Com isso em mente, é a nossa esperança que os visitantes e moradores do GIZI_Art Base também possam perceber toda a complexidade oculta através das formas simples deste edifício.
Espaços interiores e sistema de fachada - Ao implantarmos a galeria no térreo do edifício, nossa principal intenção era criar um espaço amplo, flexível e reservado. Procurando minimizar o número de pilares, optando por uma solução estrutural em concreto CFT (Concrete Filled Tube), que ao mesmo tempo nos permitiu criar grandes vãos que finalmente revelam um espaço aberto e flexível, o qual se expande em direção ao jardim do lado de fora. O jardim em si é simples e abstrato, um paisagismo composto apenas de musgo, pedra e cascalho. O pátio interior é como uma obra de arte minimalista, capaz de criar um pano de fundo contemplativo que complementa o ambiente reservado da galeria. Além disso, o jardim interior – como um intervalo em meio a estrutura do edifício – proporciona uma maior privacidade para as três famílias que vivem nos pavimentos superiores, as quais encontram-se conectadas através de uma passarela lateral ao pátio interior.
Em vez de procurarmos diferentes soluções para os distintos programas do edifício, desenvolvemos um sistema único capaz de atender coerentemente ao amplo espectro de necessidades arquitetônicas de cada uso programático, refletindo simultaneamente uma sensação de complexidade e simplicidade. Esperamos que a arquitetura do edifício se assemelhe minimamente às pinturas de Seo-bo, refletindo a sutileza das complexidades encontradas nas pinturas do artista.
A homogeneidade da fachada é alcançada através da inserção de uma camada de brises de alumínio com perfurações de diferentes diâmetros, revelando uma hierarquia de transparência de acordo com os usos programáticos por trás da fachada do edifício. A variação no nível de transparência da fachada varia de trinta a setenta por cento, criando uma linha de visão praticamente desobstruída na altura do observador médio, enquanto nas faixas inferiores e superiores de cada pavimento, a malha é mais comprimida, protegendo os espaços da incidência excessiva de luz direta, minimizando o ganho de calor no interior do edifício.
O painel de fachada foi dobrado em ângulos obtusos em relação à planta, fornecendo maior rigidez estrutural à estrutura da fachada como um todo, dispensando o uso de qualquer sistema de suporte adicional. Em elevação, os painéis dobrados proporcionam uma interface dinâmica entre os espaços interiores e exteriores, respondendo de maneira única as condições de iluminação ao longo do dia e do ano. Esta fachada leve e permeável, proporciona uma sensação de transparência e profundidade à um edifício de estrutura densa e rígida.